Do monte para a colina
Aos 17 anos, Ema Malveiro veio a Lisboa ao casamento da irmã e não mais regressou ao monte alentejano onde vivia com a restante família. Anos mais tarde, e à semelhança de muitos, acabou por se mudar para as periferias da cidade. Continuou a trabalhar na capital e nunca se conseguiu desligar dela. Ela própria se considera uma alentejana com coração lisboeta.
Após o casamento da irmã, Ema ficou ainda alguns dias em Lisboa. Numa das manhãs em que a irmã foi trabalhar, decidiu comprar um jornal e responder a anúncios de emprego. Quando a irmã chegou a casa nesse dia, à hora do almoço, já tinha arranjado trabalho na capital.
Ema já conhecia a cidade, pois havia visitado a parente antes do casamento. Esta resolvera vir para a capital trabalhar como modista. Ema considera que o facto de a irmã já estar na cidade contribuiu para a vontade de ficar, mas não só. "A vida na terra era feliz, mas há sempre aquela ambição", explica. Quando veio para Lisboa, um dos seus objectivos era estudar Línguas, mas o sonho ficou para trás assim que Ema começou a trabalhar a um ritmo mais acelerado.
Viveu em Campolide cerca de 11 anos. Durante esse tempo, chegou a frequentar os movimentados bailes de domingo da Casa do Alentejo. Até que resolveu sair de Lisboa e fixar-se na periferia, a sul do Tejo – já um sinal dos fortes fluxos que acabariam por contribuir para o "cerco" que se regista hoje à cidade. Apesar da mudança de residência, nunca se afastou da capital. Continuou sempre a trabalhar em Lisboa, até à reforma.
Ema acabaria por abrir um restaurante alentejano no concelho de Seixal, mas nem isso lhe suscitou maior ligação ao local. Sempre que pode continua a passar o seu tempo livre na capital – "até nos meus dias de folga vou para Lisboa", diz. "Só no ir e vir esqueço logo as tristezas!"
Ema tem hoje 70 anos. Nasceu e cresceu num dos montes que rodeiam a aldeia de Espadanal de Cima, no concelho de Santiago do Cacém, onde a sua família vivia essencialmente da agricultura, dos animais e do leite que comercializava. Apesar de nunca ter perdido a ligação ao Alentejo, considera que o seu carácter aventureiro nunca lhe teria permitido passar toda a vida no monte. Segunda ela, trata-se de "um cemitério de olhos abertos". Há quem nasça para ver mais mundo e Ema é um desses casos. Principalmente quando se descobre que a cidade do coração afinal não é aquela onde se nasceu.
Após o casamento da irmã, Ema ficou ainda alguns dias em Lisboa. Numa das manhãs em que a irmã foi trabalhar, decidiu comprar um jornal e responder a anúncios de emprego. Quando a irmã chegou a casa nesse dia, à hora do almoço, já tinha arranjado trabalho na capital.
Ema já conhecia a cidade, pois havia visitado a parente antes do casamento. Esta resolvera vir para a capital trabalhar como modista. Ema considera que o facto de a irmã já estar na cidade contribuiu para a vontade de ficar, mas não só. "A vida na terra era feliz, mas há sempre aquela ambição", explica. Quando veio para Lisboa, um dos seus objectivos era estudar Línguas, mas o sonho ficou para trás assim que Ema começou a trabalhar a um ritmo mais acelerado.
Viveu em Campolide cerca de 11 anos. Durante esse tempo, chegou a frequentar os movimentados bailes de domingo da Casa do Alentejo. Até que resolveu sair de Lisboa e fixar-se na periferia, a sul do Tejo – já um sinal dos fortes fluxos que acabariam por contribuir para o "cerco" que se regista hoje à cidade. Apesar da mudança de residência, nunca se afastou da capital. Continuou sempre a trabalhar em Lisboa, até à reforma.
Ema acabaria por abrir um restaurante alentejano no concelho de Seixal, mas nem isso lhe suscitou maior ligação ao local. Sempre que pode continua a passar o seu tempo livre na capital – "até nos meus dias de folga vou para Lisboa", diz. "Só no ir e vir esqueço logo as tristezas!"
Ema tem hoje 70 anos. Nasceu e cresceu num dos montes que rodeiam a aldeia de Espadanal de Cima, no concelho de Santiago do Cacém, onde a sua família vivia essencialmente da agricultura, dos animais e do leite que comercializava. Apesar de nunca ter perdido a ligação ao Alentejo, considera que o seu carácter aventureiro nunca lhe teria permitido passar toda a vida no monte. Segunda ela, trata-se de "um cemitério de olhos abertos". Há quem nasça para ver mais mundo e Ema é um desses casos. Principalmente quando se descobre que a cidade do coração afinal não é aquela onde se nasceu.