Rumo ao desconhecido
Lúcia Reis nunca tinha visto Lisboa, nem numa simples fotografia. Nunca tinha sequer saído do concelho de Pampilhosa da Serra. Em 1972, no ponto alto dos fluxos migratórios em Portugal, partiu rumo a Lisboa. Tinha 15 anos e carregava consigo o sonho de uma vida melhor.
Quando optou por deixar a aldeia de Vale Serrão e vir para Lisboa, já muitos familiares antes de si tinham feito o mesmo percurso. Desde a irmã, a primas e tios, muitos eram os que já tinham descoberto em Lisboa a solução para a pobreza da aldeia do interior do país.
Lúcia recorda a chegada à capital como o momento mais marcante de toda esta experiência, pois nunca tinha saído do meio rural. "Já estava a entardecer e haviam tantas luzes, nunca tinha visto nada assim", conta.
Chegou a um domingo para começar a trabalhar no dia seguinte. Esperava-a emprego numa rede de sapatarias localizadas na Graça, em Algés e em Moscavide. A adaptação à capital não foi fácil. Para além das saudades de casa, aprender a viver numa cidade levou tempo. Lúcia conta entre risos: "De manhã levava-me uma pessoa ao trabalho e quando eu voltava à noite já não sabia por onde é que tinha passado, já me tinha esquecido do caminho todo!"
Os primeiros anos foram passados a viver em casa de pessoas amigas e de familiares. Se por um lado o dinheiro era pouco, por outro o companheirismo abundava. As casas, e até mesmo as camas onde se dormiam, eram divididas entre várias pessoas, tal como todas as despesas. Lúcia acredita que o espírito de sacrifício partilhado nesses tempos era superior ao que se vive actualmente.
Hoje com 54 anos está segura de ter tomado a decisão certa. Lúcia vê em Lisboa a cidade de oportunidades que lhe permitiu realmente mudar de vida. Se era uma adolescente ingénua sem saber o que a esperava quando saiu da asa da mãe, hoje adulta garante que voltaria a fazer tudo de novo.
Quando optou por deixar a aldeia de Vale Serrão e vir para Lisboa, já muitos familiares antes de si tinham feito o mesmo percurso. Desde a irmã, a primas e tios, muitos eram os que já tinham descoberto em Lisboa a solução para a pobreza da aldeia do interior do país.
Lúcia recorda a chegada à capital como o momento mais marcante de toda esta experiência, pois nunca tinha saído do meio rural. "Já estava a entardecer e haviam tantas luzes, nunca tinha visto nada assim", conta.
Chegou a um domingo para começar a trabalhar no dia seguinte. Esperava-a emprego numa rede de sapatarias localizadas na Graça, em Algés e em Moscavide. A adaptação à capital não foi fácil. Para além das saudades de casa, aprender a viver numa cidade levou tempo. Lúcia conta entre risos: "De manhã levava-me uma pessoa ao trabalho e quando eu voltava à noite já não sabia por onde é que tinha passado, já me tinha esquecido do caminho todo!"
Os primeiros anos foram passados a viver em casa de pessoas amigas e de familiares. Se por um lado o dinheiro era pouco, por outro o companheirismo abundava. As casas, e até mesmo as camas onde se dormiam, eram divididas entre várias pessoas, tal como todas as despesas. Lúcia acredita que o espírito de sacrifício partilhado nesses tempos era superior ao que se vive actualmente.
Hoje com 54 anos está segura de ter tomado a decisão certa. Lúcia vê em Lisboa a cidade de oportunidades que lhe permitiu realmente mudar de vida. Se era uma adolescente ingénua sem saber o que a esperava quando saiu da asa da mãe, hoje adulta garante que voltaria a fazer tudo de novo.